No último 2 de julho

02 de  Julho, 2021






Dei amor aos deuses. Digo, dei a dor aos Deuses… E fui dando tudo o que tinha que dar. Com devoção dediquei a mim mesmo uma outra direção. Porque é dando que se recebe, e olhando bem, o que vem de cima está em um plano e muito mais além.

Penso que devo dar muito mais do que tenho. Muito mais do meu tempo. Muito mais, aos poucos cedendo, em gotas morrendo. Nada poderei perder se nada quiser ter.


Em completa adoração penso que há tanto amor em um pé de feijão… E o que pensar, pensará o feijão que para ele existe outro lar?


Santo demônio louco, afasta-te de mim o que para os sãos parece o desgosto. O que já foi santo se encontrará de novo. O que tanto clamo, nascerá do lodo.





Não dei amor porque não achei em mim o que sentir em querer dar. Pensando em existir fui me levando até aqui. Vejamos o que o tempo me mostrará. Tão cedo o verso se unirá e as estrelas no céu nos mostrará.

Irmãos, não desistam de mim. Não deixe que as sombras nos envolvam. Não deixe o que está preso às soltas.


Tenham fé em ter fé. Tenha o que quiser e o que tiver para ver. O que divido, quero ser e sei que um dia, em mim, não haverá mais nenhum querer.


Irmãos, me segurem pela mão e tenham fé em mim. Novamente e aqui. Até onde der, a missa vou cumprir.

Irmãos, que o silêncio nos engula. Estamos sim no caminho reto, em uma boa direção.



Tenha amor 

pela vida.


Tenha amor

pela morte.


Tenha o que tiver

que ter.


Se houver sentido

em apenas ser.


O que de ambas as

coisas posso aprender?


Se uma me dá, a outra

vem tirar.


Mas se sentir o amor

em cada ser e respirar…


Não haverá temor

em receber e poder

dar.



Acre, 2022



São seguidas as noites em que permaneço cheio. Do que me alimento e do que me abstenho? Procuro sinais nos céu estrelado, mas não me vejo sentado, só olhando para o lado. O que ainda tanto desejo e por que isso me mantém preso?

Não posso permanecer na incerteza de mais uma paixão camuflada de ilusão. Por que sinto que me aproximo tanto de algo ao ponto de me afastar mais ainda do poço longe do lago.

Quero eu não ser meu próprio escravo. Tenho sede, mas não bebo o que tenho do lado.


Santo morto, quando estarei enfim do Teu lado. Prepara o meu corpo, pois tenho pressa no amor pelado. Não desejando nenhuma gota e mais nenhum centavo.

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