Posso eu ser nada

Não tenho nada, mas só basta um toque que


Tantas coisas me escapam das mãos e tantos pensamentos me invadem o coração.


E no que permaneço ligado... Vejo que de onde vem o fundo foge tardemente o raso.


Pois no meu centro sempre haverá lados e para dentro — contra impulsos contrários, eu sempre nado.


E vou subindo desajeitado. Veja que gosto tem o fel dos meus lábios.


E é quente e frio, estou na transição de luz que começou em abril. Tão disperso e tão, tão cheio de vazios… Que aos poucos, em decorrência das lacunas e dos grandes rios, as sombras de um algo invisível me mostra o melhor do luar adormecido.


Sendo assim não há mais nada em mim que não ame as sombras do meu próprio fim. Pois já é o esperado, voltando ao Tudo e retornando novamente de cima para baixo.


E irei saber de onde vim. Estava ali e por aqui. Estava lá e havia mais que um lar, mas por agora não estão por risco e sim por boas memórias.


E vibrando a matéria e voltando a voar ao desejo e para acender uma vela… Por isso um corpo eu vou deixar e com o que vibra me conectar e não mais culpas afogar, estarei plantando

com amor e esperando um bom fruto alcançar.



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