Eras o que era

Éramos o que era


Eu era

o que era,

você era

o estranho

na primavera.


Andávamos

descalços

porque o

chão era

sandália 

para os

nossos pés

apimentados.


Qualquer

barulho

era sinal

de que 

éramos

prematuros

e agitados.


E sendo

assim

dançávamos

no silêncio

do nosso

tumultuado

mundo

desejado.


Eram

dias

tão claros

para nossos

olhos miúdos e

o azul era tão brando

com o verde tão

franco e seguro.


E sem 

esperar

nada em

troca

encontrávamos

em nós um 

oceano de desejos

profundos.


Mas o

que eu era

não valia

pela demora.

Éramos dois,

hoje só nos

resta uma

espera e um

longo depois.


Agora sou eu

que dou várias

voltas,

esperando o

que éramos

encontrar a

minha porta.


O que eu

sou agora

que não

tenho ninguém

na memória.


E o que 

eu era

depois, já

que nos resta

nos prender em

conflitos de avós.


Tudo o que

iremos ser

estará no

haver e de nossas

histórias querer.


E logo

depois

soltas aos

porquês dos

nossos traços

e da minha vez.


Havemos de

ser e

todo ar há

sentimentos

para o nosso

transcender.


O que

eu fui

eu não

deixo de ser.


Agora faça

essa pergunta

para você.

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