Socando o próprio nariz
A violência não é gratuita
Não cometi um erro ao me encontrar no meio de uma bagunça. Ninguém teve culpa ao me ver assim, sem rosto, sem a cor da pele e com os todos os ossos do corpo a vista. Foram através dos avanços das ilusões que a casa se tornou um balanço e depois em uma confusão. Agora nada fica, nada permanece, nada se mantém fixo e nada me intriga, mas ainda assim sei que existe rima.
Deste jeito me pego com as mãos no rosto. Com o peito aberto e os braços despertos. Devo dizer a mim mesmo que algo está para se aproximar. Algo que está além da minha compreensão e sempre esteve por perto. Não chega a ganhar todas as dimensões do universo, mas preso me mantém em um único verso.
Não tenho muito tempo para dizer os motivos que me deixam por cima de um abismo e nem por baixo de um submundo não formado. A dor que sinto no peito só pode ser culpa do galho que perdi no enterro. Estarei enfermo se tudo o que conquistei me levar ao velho sentimento de medo.
Meu cabelo ainda continua crespo e a culpa que carrego me levará a selar meu próprio erro. Talvez eu tenha culpa se o paraíso não for mais passageiro e o desanimo bater na porta a procura de um emprego. Talvez na luz do dia eu encontre algo que me leve a calmaria ou só ao desespero.
Mas até lá não terá noite e não terá dia. O sentimento irá me incomodar na barriga e com o nariz sangrando irei ver que foi eu que construí a minha própria ferida. Só assim para parabenizar o feito da violência destruída. Não só gratuita, mas muito bem sentida.
Agora os carros que eu queimo, os vidros que eu destruo são sinais em forma de grito e barulho. O medo tomou conta de todo um mundo e não mais preso a ele eu demonstro que permaneço imundo. Desta forma eu só não causo o caos por instinto, mas sim como uma destruição de um murro que é por mim mesmo demostração do meu escudo. Sim, será gratuito.
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I didn’t make a mistake finding myself in the middle of a mess. It was no one’s fault to se like this, no face, no skin color and all the bones in my body in sight. It was through the advances of illusions that the house became a balance sheet. Now nothing stays, nothing remains, nothing stays fixed and nothing intrigues me, but still I know that rhyme exists.
This way I catch myself with my hands on my face. With my chest open and my arms awake. I must tell myself that something is about to approach. Something that’s beyond my comprehension and has always been around. It doesn’t quite take up all the dimensions of the universe, but trapped it keeps me in a single verse.
I don’t have much time to say the reasons that leave me over an abyss and not even under an unformed underworld. The pain I feel in my chest can only be the fault of the branch I lost at the funeral. I’ll be sick if all I’ve achieved leads me to the old sense of fear.
My hair is still curly and the guilt I carry will lead me to seal my own mistake. Maybe it’s my fault if heaven is no longer fleeting and I discourage you from knocking on the door looking for a job. Maybe in the daylight I’ll find something to calm me down or just despair.
But until then, there will be no night and no day. The feeling will bother me in the belly and with my nose bleeding I will see that it was I who built my own wound. Only so to congratulate the feat of violence destroyed. Not only gratuitous, but very well felt.
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