O gole do vento

Uma bebida amarga e silenciosa

Hoje já se fez uma semana que estou onde estou. Não sei o que procuro quando penso nisto. É como uma porta aberta ao vento. É certo que traz consigo também outro veneno e junto com a poeira vem levar novamente o que se perdeu e se ganhou sentindo o vento.

Em um lindo amarelo eu coloquei o abacaxi perto do vento e voei para o dia em que no gozo lento que congelou meus lábios e prometeu não desmaiar ao pensar que poderia voltar no tempo por um atalho solto ao relento.

Todo som que escuto e todo calor que eu sinto me faz querer saber se algum dia terei o lugar que um dia me pertenceu e me fez sentir em um lar. Hoje tudo está colado na amargura dos centavos e sangrando se encontram os arranhados.

Agora está certo que a certeza do arroz e o desejo do bolo vão encerrar o sétimo dia da semana com risos e pamonha mais salgada que o papel amassado da cor de mel e bananas. Não pergunte se estava mudo o som ou o barulho. Estava quente e estava frio, estava sem ar o que daqui partiu.

Foi então que o fogo surgiu e junto com ele mais um buraco se abriu. Apelando assim se fez surgir outra vez ao vento de meio-dia que apagou a calmaria que nascia em baixo, em cima e por dentro da rima e da lima. O sol se pôs nas paredes dando o sinal que deixou o verde.



 Em uma noite com luz e á chama do fogo






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