Não vou deixar essa coisa dentro de mim

Pensando duas vezes, acho que aqui é o melhor lugar para ela

Tudo está uma bagunça, eu sei. Só que depois de muito tempo fazendo a mesma coisa sistemáticamente e de uma forma compulsiva não vejo mais sentido menter tudo dentro de mim. Conheço cada parte do que carrego, estou em cada lado dos que me deletam.

Também não vejo muito sentido continuar escrevendo o que tanto me machuca ou só as partes menores de tudo o que me tritura e faz do que sobra de ração para outros gados. Eu sei que posso estar exagerando em todas as frases que eu escrevo, mas não sei e não vejo outra forma de passar isto para o lado ultasensivel das coisas, dos sentimentos e de todo buraco que mantenho dentro de mim.

Ao mesmo tempo em que sou apaixonade, procuro não manter nenhum vínculo que me conecte com outra pessoas ou outras partes perdidas que só encontro em mim mesmo. Pode ser uma bagunça talvez organizada ou só espelhada em algo diferente. Algo que não se aplica em um mundo real. Mas o que é realmente a realidade e o que ela tem de tão comum podendo estar ela fragilizada ao mesmo tempo que se fragmenta.

Então aos poucos vou me formando de uma forma ingrata e desligada. Sou eu mesmo a ponte que me aproxima e que me afasta. Não estando em todos os lugares, mas sentindo como se estivesse. Ao final do dia ainda estarei cansado e  focarei insaciável até que tudo se torne o contrário.

Uma parte do que tenho não é nada mais desleal da outra que eu carrego. Então sim, irei manter essas partes dentro de mim. Não darei nomes para elas, mas será inevitável a dor que me afasta quando tomo consciência que estou preso a elas.

Preso mas talvez no bom sentido. Longe de estar aflito ou fritando em algum perigo. Um mundo de coisa estúpidas e pequeninas e que ao mesmo tempo são gigantes por naturezas discursivas. Pois uma coisa é o que eu mantenho no coração que só pode ser mais inocente do que a que sinto e presencio por todo o meu corpo. Juntos estarão longe e sempre ausente de uma precisa ilusão.

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