Minha primeira encarnação
Não sei se fico empolgado ou desmotivado por saber que irei viver mais vezes
Talvez eu tenha sido pego de surpresa. Segundo um linha de pensando astrológico, meu signo solar em Áries representa o primeiro ciclo de encarnações, mas não sei se acredito totalmente nisto. Até porque eu sinto um cansaço que só pode significar um peso de vidas. Estou sim esclarecido sobre o que carrego comigo e conheço uma boa parte da minha própria história e mesmo que algumas partes dela não façam muito sentido, irei continuar a achar que até os meus vinte anos vividos eu ainda tenho algo a conquistar e a me entregar com todos os sentidos e destino para algo que acredito e sinto.
Posso não realizar tudo nesta primeira encarnação, mas ao pensar que irei nascer novamente e voltarei a passar por todas as fases da infância me desanima um bocadinho. Não sei o que esperar do futuro e nem faço ideia do que, em outras vidas, posso fazer para compensar o que perdi andando por aí completamente inseguro e ao mesmo tempo apaixonado. Minha primeira vida não foi e nem é perfeita. Sinto que estaria mais realizado se fizesse o que senti que a mim foi ofertado. Foram oportunidades perdidas e sonhos descontraídos, mas acredito que tudo isso deve fazer parte da vida.
Não sei o que o futuro me espera, mas sei o que o passado me desperta. São grandes sonhos para uma vida que se acomoda e não encara de frente o que tanto me entristece. Talvez por saber que posso viver novamente me faça com que eu possa concertar os erros e tentar outra vez chegando mais perto do grande desejo. Mais perto da realização espiritual que faça com que eu me acalme em meio ao agito de ondas silenciosas e ao mesmo tempo tempestuosas.
Chego a achar que por ser a primeira vida, por ser novamente o mesmo círculo eu me mantenho conectado com as encarnações passadas. Principalmente a última. Me pego agora descobrindo a eternidade da minha alma. Ao mesmo tempo em que sinto motivado de que tudo não passam de vidas e ciclos eternos eu me encontro desmotivado por, nesta vida, achar que eu não consigo realizar tudo de forma plena e gratificante. Também cai sobre mim uma preguiça de, nestas encarnações, não conseguir o desejo que me leve a contemplação de todas as coisas. Tenho que tomar conta do caminho que tenho pela frente sem perder o que sou de uma forma incidente.
Não sei como vai ser minha próxima vida e também não sei se ainda me conectarei com a encarnação anterior. Mas espero que eu não mude muito. Espero que eu ainda saiba ser levado pelas emoções e embarcar na carruagem da vida com todas as mãos seguras. Não quero mudar totalmente, uma parte da mim ainda se mantém apegada ao que eu sou, ao que eu sinto e no que eu sonho. Pode ser insano ou inseguro, distante ou prematuro, mas sempre terei meus pés em cima do muro. Repito que não quero me distanciar do que eu sou ou do que eu fui. Preciso estar atento ao tempo e motivado para encarar meus tormentos.
Minha primeira vida ainda não acabou. Mesmo que eu me sabote e pense constantemente no suicídio, ainda ou de alguma forma permaneço vivo. E sei que minha história não termina hoje. Também sinto que nasci para morrer jovem, morrer de alguma maneira precipitada. Isto depois de ter vivido completamente, de ter tido todas as experiências e de ter conquistado todos os auges que eu poderia almejar. Talvez eu não consiga tudo em só uma vida, mas através das outras eu conseguirei encontrar a minha própria saída.
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