A lagarta da avenida

Lagarta da Avenida


Abriu lá de

cima.

Uma pequena

lagartixa.

Mas só se

viu lá de baixo.

Algo esmagado

no asfalto.

E sem saber

o que era,

pensou que seria

a primeira a estampar 

o seu novo rosto

para uma libélula.


Algo me diz

que existem mais 

casos como o dela.

Era tão pequeno o

que sobrou de frente

ao espelho e agora só ao

som de chuva cometerá

o mesmo erro.


Pois a chuva foi banal

ao espalhar e gotejar

todo o seu mal.

Pequeno erro que

sempre volta ao

espelho. Pequeno

mal que sabe que

é completamente

natural.


Ai, que belo

bem fez a lagartixa

na avenida a espalhar

todo o seu bem 

novamente ao que

é animal.


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