Estou ganhando ou perdendo?

Me faço essa pergunta diariamente

Estou eu fadado a melancolia e a depressão? Não ganho muito coisa me fazendo perguntas e me coloco longe de obter respostas. Estou sentindo que não vou conseguir sair dessa. E fico cansado quando deveria estar vibrando. Mas acontece, estou perdendo cores e ganhando feridas. Sinto meus poros abrindo para o desconhecido. Sinto uma dor no peito que esconde um grito.

E o silêncio volta a dominar o barulho. Me perco do lado de um muro, deitado em uma rede e com dó do futuro. Quero que tudo isso passe como um sonho ruim em um passado inseguro. Quero desesperadamente que o futuro de dias não se resuma a meses ou anos. Estou com medo. Quero chorar, mas não sei por onde começar.

Vou esconder tudo o que sinto, vou digerir tudo o que mastigo. Ainda com dores e aflito. Estarei agora mesmo relendo o que escrevo. Nada pode me fazer com que sinta realizado do que desejar que eu volte ao passado. Onde tudo estava fadado, traçado e com tons amargura.

Sinto que perdi o que tanto me orgulhava. Não estou mais na residência e isso me deixa triste. Abalado por sair dessa forma e em tempos assim. Será que no passado eu era mais feliz ou realizado?

A tristeza bate na porta e eu não sei dizer a ela se a casa à suporta. Espero que ela não esteja sozinha, não esteja só com os braços atados e segurando somente uma linha. Espero que a vida saiba o que faz. O que tira e onde coloca. Também espero que a noite chegue mais rápido que notícia da falecida hora.

Irei dormir até a dor sumir. Pode levar o dia inteiro, talvez semanas ou meses. Ainda assim, estarei preso a mim mesmo. Com o dedo cortado e com os pensamentos trancafiados enquanto giram para o lado errado. Nada de anormal em um dia completamente animal. Sem saber se ganho, sem saber se perco. Estou ganhando dias e perdendo empregos.

E o pesar continua dentro do peito.