Trancafiado ao som do nada
Não consegui reconhecer o impulso
Quando aconteceu na primeira vez foi mais fácil de querer acreditar. Agora não estou digerindo o bom funcionamento das coisas. Os sentidos oscilam e me perco em curtos momentos de gozo. O meu corpo não é mais o mesmo e a destruição que carrego não é a que almejo.
Os corpos se entrancafiaram, estão no mesmo dia e na mesma noite perdidos em interesses comuns e vivendo no mesmo espaço. A tosse é motivo para distanciamento e a sua excessiva aproximação me leva a querer lavar totalmente as minhas mãos.
Me pergunto o que se repetirá e até que fim poderemos chegar. Se um caos não atrapalha, terei que sozinho afastar o moço da malha. O levando ao seu encontro sozinho, a uma solitude plantada e com muita ânsia preservada.
Mesmo que o calor o faça esquentar a caminhada, mesmo que o traga a uma velha jornada e se diferencie por sua missão jamais falhada. A quentura o fará queimar pelas beiradas e se dissolver em uma trama bem laçada. Só que agora não é mais vista a palhaçada, todos perderam o nó da puxada. E foram cruéis em jogar a culpa na moçada.
O tempo passou e agora só se ouve a voz do nada. Todas as antenas estão antenadas. O barulho da rua é devido a gritalhada pedindo o fim da irresponsabilidade amedrontada. A noite chegou dando ao frio a última empada. Logo viram que estava certo a ausência dos tapas.
De tanto oferecer acabaram morrendo sem de nada saber. Estiveram perto do dia em que poderiam encontrarar a notícia negociada. Estavam todos á beira do precipício acalentado e com as cabeças totalmente viradas.
Dentro ou fora, no canto ou ao perto. O que me falaram das bocas eram que todas estavam com os pés meio abertos. Sim, falaram que tudo era realmente belo. Só não incluíram o desejo que roguei ao universo.
E ao som do nada eu me tranco ao ouvir que está perto a madrugada. O silêncio gritou que era hora de falar ao impulso da alvorada. A quentura se esfriou e nesse momento só existe a voz do nada. É certo que depois que o tempo passa, a saudade faz ruir o que se trancou ao lado de uma traça.
E ao som do nada eu me tranco ao ouvir que está perto a madrugada. O silêncio gritou que era hora de falar ao impulso da alvorada. A quentura se esfriou e nesse momento só existe a voz do nada. É certo que depois que o tempo passa, a saudade faz ruir o que se trancou ao lado de uma traça.
Tudo indica que não haverá mais passagens para uma longa viagem. O muro se fez de ferro e entortou na lembrança de um vento em retirada. Se tudo acaba aqui, então que seja certo que não terei mais estradas correndo em mim. A última condição eu só pego na virada. De um ponto ao outro eu me distancio cada vez mais da surpresa já esperada.
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