Outra história que se repete
O que se perde, o que nunca se ganha
Bom, vou começar a dizer o que me aflige, depois mudarei para outra coisa sem ter nada a ver com o que comecei a falar. Ao final, só conseguirei chegar a conclusão de que nada disso importa mais, e fazendo isso faço e falo do final no começo.
Queria dizer que não penso mais no suicídio, mas estaria mentindo. Estou desanimado com a vida e desesperançoso com as expectativas que criei. Vejo que a maioria foram ilusões e estão bem longe de se tornarem realidade.
Talvez eu realmente esteja me matando aos poucos. E não estou plantando nada capaz de me ajudar a sair dessa. No fundo eu não tenho forças para lutar e também me cansa tentar esperar que algo aconteça.
O ano começou e novamente não me vejo terminando e nem no final dele. No fundo eu sinto que não deveria viver por muito tempo. Sou uma pessoa insegura e isso está projetada no meu corpo. Não irei me relacionar com ninguém, não irei conversar com nenhuma pessoa e o desejo de me apaixonar me enjoa.
Eu não sou um livro aberto, muito pelo contrário. Mantenho segredos até para mim mesmo. E a cada momento sinto que me distancio cada vez mais de um sentimento bom, de um enraizamento saudável e de uma vida, talvez, ideal. Mas o que eu posso fazer, estou perdendo o tesão pela vida - se é que algum dia eu senti e se senti, posso dizer que não durou por muito tempo. É como construir uma casa de areia de frente para a praia, é certo que o vento ou a mar irá desmontá-la. Mas no fundo eu gostaria de estar vivo, de permanecer com os amigos e mais perto de mim mesmo. Mas não sei o que acontece, me desligo de todos e me vejo como meu pior inimigo. Mesmo não querendo acreditar nisso.
Não posso eu mesmo ser o pior e ao mesmo tempo me desejar o melhor. Não tenho o que dizer, sempre vou me esquecer que a luta é contra o que penso, como desejo e como me frustro. Não deve existir lado ruim ou lado bom, quero evitar o dualismo e o binarismo das coisas, mas é difícil.
É difícil não ter o que falar quando o momento pede fala. Ter que me calar quando o momento pede grito. Ter que me fechar quando o momento pede para que eu esteja aberto. Novamente no fundo, bem no fundo. No fundo de todas as coisas, bem lá existe um grito e eu não grito. E sei que existem tantas coisas, existe um mar de sentimentos que oscila entre tempestades e calmaria.
Estou cansado, desanimado e com fome por novos acontecimentos. Se eu chegar vivo em 2021 é porque eu consegui e lutei muito. Não sei como vai andar a vida, mas é certo que estarei sozinho, mas isso não é problema. O único problema vai ser eu.
Vejo um novo começo de mês
E me sinto bem que ele tenha começado logo. Março entra aí para fechar o ano astrológico e ao mesmo tempo começar um ano novo. E eu começarei perdido, desmotivado, inseguro e cada vez mais me colando para baixo.
Não sei o que pode existir no meu fundo, no meu pequeno mar de intensidade profunda. No fundo não sei o que deve existir. Mas preciso me segurar em alguma coisa. Algo precisa ter sentido. Preciso estar certo e carregar isso comigo. Preciso criar novas esperanças e me ver como um amigo.
Mas a realidade é outra, sou fruto do acaso e moro junto do descaso. Vou cansar de esperar e vou querer chorar quando não restaram mais lágrimas. Estou fadado a melancolia, a desesperança e a tristeza apática e reflexiva.
O engraçado é que sinto que não deveria me sentir assim. Deveria estar no meu melhor momento, deveria sorrir bobamente e estar contente, mas não estou. Também não estou inteiramente mal. Sinto que não esquento e nem esfrio. Fico á borda e no meio de duas extremidades.
Me vejo como um palhaço que só faz palhaçada para si mesmo. Que ninguém vê graça, que ninguém sente nada. Mas meu nariz continua sendo vermelho, meu pé continua sendo grande e meu andar continua sendo torto. E eu continuo a me olhar no espelho e pergunta com o que eu me pareço.
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