O muro é o rumo

O muro perdido no barulho

Não, eu realmente não tenho nenhum jogo de baixo das mangas. Nada para me defender de ameaças e nada para mostrar o que não escondo nada. Não irei projetar esse sentimento de vazio em nada negativo e nem encontrarei no escuro esse constante barulho ensurdecedor que me levou ao tumulto de pensamentos enlouquecedores. É só o que eu não tenho o que não possuo e o que não escondo e carrego no escuro.

Vou dizer que quero ficar longe do raso, mais para o profundo e ainda com os pés em cima do muro. Vou dizer que aprendi a voar e fiz do céu um novo rumo. Vou olhar ainda duro, pular em um segundo e dançar enquanto durmo. Ainda assim, com os pés fixos no mundo e completamente imundos. Vou observar que cada hora é um segundo e que cada dia se passa enquanto fumo.

Sim, já mudei totalmente o meu rumo. Em outra direção me comparo ao meu lado imaturo. Sair de casa e dei de cara com o velho muro. Bati a panela, mas não fiz nenhum barulho. A casa foi silenciada e a entupiram com restos de entulho. Não há mais portas que me levem para longe do tumulto. Vou voltar para o mesmo lado que um dia me fez perder o rumo.

Me encontro agora totalmente duro. É difícil correr do chão e não voar enquanto durmo. Levantei agora, mas meu corpo segue nessa demora em um mundo sujo. É tão cansativo me perder, me achar e esquecer em um tempo onde tudo é obscuro. São tantos lados apontando para o mesmo rumo, que não me julgue louco se permanecer em cima do muro.

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