A frustração
O desejo de morte que sinto agora é plantada
Estou com os dois pés cansados. Ficar trancafiado sem esperança só piora a situação. Só de pensar que não tenho mais o lugar que um dia chamei de lar, faz com que eu perca os motivos para me estabelecer e me plantar.
Vou falar novamente que estou cansado, não estou em casa e nem fora dela. Não estou trancado e nem longe dela. Estou mais perto do sentimento de raiva. Uma cólera que me crava as estranhas e faz com que derreta todas as esperança.
Se a morte é o que tanto esperei, por que logo agora irei temer. Talvez porque não só de mim irá depender. Isso me deixa mais desmotivado, mais frustado e desacreditado. Quero voltar para minha solidão e me trancar ao ponto de perder o chão. Quero fugir da realidade que um dia foi meu pão. Quero me perder em noites onde cedi o controle sobre o meu único grão.
Desmotivado me vejo jogado e sem ânimo me encontro amargurado. Não vou conseguir esperar do tempo antes de fazer alguma decisão estúpida. Quero que tudo volte ao normal e quero que o normal volte ao que um dia já foi um tudo.
Não vou conseguir ficar preso aqui, sem poder sair e esperando que esse dia chegue a um fim. Confesso que venho pensando com mais força no meu suicídio. Queria que fosse certeiro, indolor e passageiro. Não quero mais fingir e nem esconder essa sede que carrego para morrer.
Se fosse certo a sua passagem, se em um dia escondesse toda aquela conversa e viagem. Estaria andando calmamente sem esperar que a fantasia terminasse de frente para uma realidade dissonante e interminável.
Irei soltar palavras sem sentidos ao vento. Irei olhar o que perdi e deixei o que ganhei ao relento. Longe de estar perto o calor que encontrei no sereno. Tudo indica que só há mais um veneno e beberei dele até o meu último batimento.
Farei tudo isso sem nenhum arrependimento. Tudo o que vivi me levaram ao mesmo sentimento. Sem escolhas me mantive esperando o condimento. Só mais uma gota para sobrecarregar o meu distanciamento. Me fiz pequeno para me olharem e pedirem mais fermento.
Mas só uma coisa me leva ao delírio do esquecimento. É saber que em cada vida existe um esfriamento e que a frustração me pega quando tento pular cegamente o raio que me separou da dor que nunca mente.
Comentários
Postar um comentário