O que me consome
O que me consome está cravado na alma e sentado ao meu lado
Pois parece que perdi o controle e isso vem ao sentir um peso constante no meu corpo. Um dia me sentia leve e no outro não. Me encontro agora preso nesse lado e não me sinto bem com isso.
O que eu devo fazer? Para de comer até que meu intestino diminua de tamanho? Até que eu volte aos poucos ao que eu era antes, mas antes do quê? Antes de me jogarem dentro de um aquário e mesmo longe dele eu me faço ficar totalmente sem espaço.
Não estou sabendo o que escrever. Só quero vomitar palavras e quero que elas tenham sentido. Quero expressar o que eu sinto, mas eu estou entupido. Cheio de algo que não sustenta, que não cola e que não funciona. Não consigo dar nome aos bois e acredito que faço isso para me preservar, mas não sei do quê.
Corro em direção nenhuma, espero pelo rápido acontecimento que nunca acontece e que não é rápido. A hora vai, mas a hora nunca volta. E entre um lado e outro eu permaneço no meio. Das poucas vezes que me inclino, eu me incomodo e mudo novamente. É o sentimento que não sinto, é constantemente o que não sente.
Só pode estar preso na alma. Só pode ser um sinal de vida, um sinal de morte ou só mais um tolo sinal. A bandeira ainda balança, mas não é vista e nem vestida. E preso ou solto, no alto ou no baixo, nada me leva mais ao delírio do que o idealizar a minha queda no asfalto.
E longe eu me coloco da dor que idealizei no parto. Já derramei sangue no asfalto e agora só paro de frente ao aquário para me ver com um peixe enjaulado. E isso é tudo o que eu trago para dentro do quadro.
Novamente não sei mais o que dizer. É tudo o que vinha pesando na esperança de achar um bem para o meu caso. Só me resta ir embora atrás do desejo incansável que se encontre dentro do que sinto e do que passo.
Desisto, ainda estou longe, perto e dentro do aquário.
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